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Escrito por: Mauro Herszkowicz
14/11/2025
A COP30, que começou nesta semana, em Belém, no Pará, é um evento considerado crucial para discutir metas e ações climáticas globais. Um dos principais assuntos em destaque é a transição energética, com o desafio de triplicar a capacidade de energias renováveis até 2030 e reduzir, gradualmente, o uso de combustíveis fósseis, com foco em políticas de incentivo e financiamento de fontes limpas, como a elétrica, solar, eólica e hidrogênio verde.
Quando abordamos o tema energias renováveis, um dos pontos do debate se concentra na mudança do perfil da frota do transporte público coletivo, principalmente nos grandes centros urbanos brasileiros. O caminho da descarbonização está voltado, quase que exclusivamente, à utilização de ônibus movidos a baterias elétricas, que muitos estão traduzindo como adoção de uma mobilidade sustentável.
Mas, de que mobilidade estamos tratando? Trocar veículos movidos a diesel por outros movidos a energia limpa, certamente, é um passo importante para mitigar os efeitos da poluição do ar nas cidades, melhorando a saúde da população, apesar de os ônibus poluírem muito menos do que o transporte individual, proporcionalmente ao número de pessoas transportadas. De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), uma pessoa que anda de carro emite 65,8 gramas de gás-equivalente (CO2-e) por quilômetro, quase quatro vezes mais do que faria se estivesse andando de ônibus com outras pessoas (17 gramas). Investir e apoiar o transporte público também é garantir deslocamentos cada vez mais sustentáveis.
Mobilidade pressupõe que se garanta, de forma eficiente, rápida e segura, o direito de ir e vir, hoje muito mais assegurado ao usuário do transporte individual do que ao do coletivo. É preciso que o passageiro dos ônibus tenha o melhor acesso aos sistemas, com boas calçadas, bons pontos de parada, terminais integrados com outros modais e um trânsito onde o transporte coletivo tenha prioridade. Não adianta estar num ônibus que não polui e continuar dispendendo um maior tempo de viagem por causa dos congestionamentos.
Mobilidade é definida como a “condição que permite às pessoas se locomoverem de forma fácil de um ponto a outro em uma cidade.” Mas, particularmente nos centros urbanos, a falta de prioridade ao transporte público coletivo não facilita o acesso ao emprego, à educação e aos serviços e não ajuda no desenvolvimento urbano responsável.
Um transporte coletivo eficiente é aliado da política ambiental. Prioridade viária, rotas bem planejadas, modicidade tarifária e uma operação monitorada, com cumprimento de horários e itinerários racionais, podem trazer usuários do transporte individual para o transporte coletivo, produzindo menos carbono na atmosfera e permitindo a promoção de cidades mais humanas, inteligentes e saudáveis.
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