Gestão moderna de dados sobre a mobilidade urbana

Gestão moderna de dados sobre a mobilidade urbana

Escrito por: Antonio Ferro

18/08/2025

A Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) lançou, há pouco tempo, um projeto piloto para aprimorar a gestão de dados em mobilidade urbana no Brasil

A capital de Goiás, Goiânia, foi palco para que Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) desse a larga à projeto que pretende o aprimoramento das informações sobre a mobilidade urbana. Dessa maneira, as 14 cidades que participaram dessa iniciativa puderam conhecer o projeto que pretende criar uma base nacional de dados públicos por meio da coleta automatizada de sistemas já existentes, como monitoramento de frota (GPS/AVL), bilhetagem eletrônica e arquivos de programação dos serviços (GTFS).

 

Atualmente, o Sistema Nacional de Informações da Mobilidade Urbana (SIMU) é atualizado manualmente por meio de um formulário de aproximadamente 400 perguntas preenchido por gestores públicos.

 

Para FNP, o SIMU atual não supre as necessidades de políticas públicas locais e nacionais, seja pela falta de abrangência territorial, seja pela indisponibilidade ou falta de confiabilidade das informações.

Assim, dentre os principais desafios, destacam-se a dependência de dados declaratórios com informações autorrelatadas, de baixa confiabilidade; processos manuais, sendo que a PEMOB tem 411 perguntas a serem respondidas anualmente; baixa taxa de resposta por ser de preenchimento voluntário e com fracos mecanismos de estímulo (em 2023, apenas 67 municípios responderam a PEMOB); limitações tecnológicas, com uma plataforma de baixa usabilidade para gestores, sociedade e investidores; e a falta de arcabouço legal, relacionada à inexistência de instrumentos legais que instituem e mantêm o SIMU, com exceção da PNMU.

 

A meta é construir uma Plataforma Nacional unificada de dados para monitorar o uso e a qualidade do serviço de transporte público nas cidades, por intermédio da coleta e processamento automatizados de dados de bilhetagem, frota, GTFS e GPS; além do fornecimento de insumos estratégicos para planejamento, monitoramento e avaliação contínua no âmbito federal e subnacional.

 

“O Brasil tem experiências exitosas em bancos de dados públicos. Na saúde, temos o DataSUS, na educação, temos o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). É urgente a criação desse sistema nacional de dados de mobilidade urbana para entender quantos passageiros temos, qual é a nossa frota, a idade dessa frota, o tempo de deslocamento, como nossa população está sendo atendida, para termos condições de criar políticas públicas adequadas”, defendeu o Secretário-Executivo da FNP, Gilberto Perre.

 

De acordo com a entidade representativa, o evento contou, também, com uma mesa temática sobre o Marco Legal do Transporte Coletivo (PL 3.278/2021), novo mecanismo para uma relação saudável, equilibrada e transparente entre operadores, gestores públicos e sociedade quanto a fontes de financiamento, organização do sistema, integração de modais, adoção de padrões de qualidade e direitos e deveres dos passageiros.

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